terça-feira, 15 de julho de 2014

"Dilma vai ser a primeira presidente a entregar o país pior do que recebeu", diz Eduardo Campos em sabatina promovida pelo UOL e Folha, com o SBT e a rádio Jovem Pan

Do Uol
Raquel Cunha/Folhapress

Candidato pelo PSB ao Palácio do Planalto, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos fez críticas nesta terça-feira (15) à presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, mas afagou o seu antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também do PT, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia. Por mais de uma vez, Campos repetiu que "Dilma vai ser a primeira presidente a entregar o país pior do que recebeu".

Em sabatina promovida pelo UOL e Folha, com o SBT e a rádio Jovem Pan, Campos reiterou que Lula foi responsável por diversas conquistas sociais e, dizendo não ver incoerência na sua posição, acrescentou que afirmar que "o governo Lula não foi melhor do que o de Dilma seria negar a realidade". Campos ponderou que houve falhas durante o período Lula, "por circunstâncias políticas ou por erro mesmo dele", mas que cabia à Dilma, com seu perfil de "gerentona", corrigir esses problemas. Em vez disso, disse Campos, o governo Dilma foi marcado pelo baixo crescimento econômico e os juros altos.


O pessebista garantiu que, se Lula fosse o candidato petista, também estaria na oposição. "Mas o fato é que quem está disputando não é o Lula. Se o PT tivesse escolhido o PT, nós estaríamos discutindo com ele com na maior tranquilidade", afirmou. Campos tenta colar a sua imagem ao Lula na tentativa de angariar votos, especialmente no Nordeste. "Acredito que vou ganhar a eleição no Nordeste e que isso vai me levar a ganhar a eleição no Brasil", disse. Em outro ataque ao desempenho de Dilma, afirmou que "não há uma obra importante no Nordeste iniciada e entregue no governo Dilma." Sobre o maior escândalo de corrupção no governo Lula, o mensalão petista, Campos esquivou-se de comentar o julgamento, que resultou na condenação de diversos figurões, incluindo o ex-ministro José Dirceu, de quem Campos foi testemunha no processo.

Para ele, não caberia fazer análises sobre o caso uma vez que já foi julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Ele aproveitou para alfinetar o PSDB e comparou o episódio à denúncia de compra de votos para a aprovação da reeleição no governo FHC. "Acho isso um horror". Campos foi sabatinado pelos jornalistas Josias de Souza (UOL), Ricardo Balthazar ("Folha"), Kennedy Alencar (SBT) e Patrick Santos (Jovem Pan). Nas pesquisas de intenção de voto, Campos tem aparecido em terceiro lugar. Na última pesquisa Datafolha, divulgada no começo do mês, ele estava com 9%. Campos é o primeiro a participar de uma série de sabatinas com candidatos à Presidência da República.

Na quarta-feira (16), será a vez de o candidato pelo PSDB, Aécio Neves, responder perguntas dos jornalistas dos quatro veículos de comunicação. A presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), foi convidada para participar do evento na quinta-feira (17), mas o partido ainda não confirmou a presença dela. A ordem dos entrevistados é inversa à porcentagem de intenção de votos na última pesquisa do instituto Datafolha.

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