quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bodas reais: 1.900 convidados e dois bilhões de ‘penetras’

Em um artigo intitulado “William e Kate: quem se importa com esses dois?”, publicado na terça-feira, 26, na revista online Salon, a jornalista Tracy Clark-Flory diz que as pessoas têm lhe perguntado o que ela pensa sobre o casamento real, no que recebem não mais do que um olhar vazio como resposta. Entretanto, diz Tracy, os exageros da mídia em torno das núpcias do jovem aristocrata com a bela plebeia a fazem se sentir como se devesse se importar.
Muitos dos brasileiros nos sentimos nestes dias como a angustiada jornalista da Salon. Senão, vejamos: depois de dedicar um Globo Repórter, um bom tempo do último Fantástico e inúmeros minutos dos telejornais da semana ao casamento do príncipe William com Kate Middleton, a Rede Globo alterou sua grade da manhã desta sexta-feira, 29, para a veiculação de um Bom Dia Brasil especial sobre as bodas reais, em tempo real.

A Globo News vai iniciar uma programação especial às cinco da manhã. A Rede TV também transmite a cerimônia ao vivo. SBT, Band e Record prometem veicular informações sobre o casamento durante todo o dia. Todos os grandes portais de notícias do país criaram páginas especiais sobre a festa da realeza britânica.

Realidade longe dos contos de fadas - De uma forma ou de outra, o casamento do príncipe William com Kate Middleton acontecerá nesta sexta com 1.900 convidados e dois bilhões de penetras, por assim dizer. Esta é a audiência estimada para o matrimônio de William e Kate em todo o planeta – sejam os que fazem questão de “entrar” na festa, sejam aqueles que, digamos, não têm outra coisa para assistir.
Já o povo britânico participa das bodas aristocráticas de uma maneira especial: com seus impostos. Uma afronta no momento em que o primeiro-ministro David Cameron exige que a população aguente um severo pacote de austeridade para o Estado economizar £ 80 bilhões (R$ 210 bilhões) nos próximos cinco anos e propõe arrecadar £ 30 bilhões (R$ 50 bilhões) extras no mesmo período por meio do aumento deles, os impostos?

Para a maioria dos súditos, não. Eles parecem não se importar com o contraste entre a ostentação dos Windsor e a realidade que está longe, muito longe de ser um conto de fadas. Ao contrário: nada menos do que 67% dos britânicos aprovam a monarquia, e só 36% acham que o casamento do príncipe não deveria ser financiado com dinheiro público. Além disso, o casamento vai movimentar a economia britânica sobretudo nos setores de turismo, vendas e comunicação.

(Do Opinião e Notícia)

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